Alerta contra o lobby
Um dos poucos jornais brasileiros, se não o único, que sistematizou a questão das relações dos jornalistas de redação com as assessorias de imprensa é a Folha de S. Paulo, no Novo Manual de Redação. O verbete específico sobre o assunto diz: "Trate o assessor de imprensa com respeito e desconfiança. Ele pode ser uma fonte de informações, mas atua também como lobista, defende os interesses da organização em que trabalha. Nem sempre esses interesses são os mesmos que os dos leitores." E o jornal alerta: "o jornalista deve dispensar ao lobista a mesma atenção cautelosa que dispensa ao assessor de imprensa, relações-públicas e divulgador". Sobre o press-release, diz que deve ser encarado sempre com precaução; no máximo, pode servir como subsídio adicional para o trabalho jornalístico. E acrescenta: "A Folha nunca publica release na íntegra; checa a correção das informações que ele veicula e o reescreve, quando é o caso, de acordo com os padrões do manual."
Um erro fatal para uma assessoria, segundo a Fenaj, é exigir a demissão de um jornalista pela publicação de informações que "de alguma forma desgostaram e/ou prejudicaram determinada fonte". O Manual Nacional de Assessoria de Imprensa da entidade alerta: "Pressionar pela demissão pode até trazer uma aparente vitória inicial, caso a atitude seja bem-sucedida, mas a médio e longo prazos o desgaste será fatal. Surgirá na redação e entre os jornalistas em geral uma profunda indignação contra o autor."
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