Causas de irritação
Releases adjetivados, mal redigidos e desinteressantes irritam a maioria dos editores. Principalmente se a assessoria fizer o follow up - aquela ligação telefônica para saber se o fax, e-mail ou correspondência chegou às mãos da pessoa certa. Esse procedimento em geral incomoda porque é feito de maneira inconveniente e incorreta. "Recebo aproximadamente 250 releases por dia. Procuro examinar todos e repassá-los às editorias que eventualmente possam ter interesse nas informações.
Agora, atender ligação de gente perguntando se interessou ou não, na hora do fechamento, isso realmente irrita e nos faz perder tempo", diz Nair Suzuki. Oscar Pilagallo, editor de economia da Folha de S. Paulo, até concorda que ligar para saber se o fax chegou em boas condições é uma preocupação justa, porque pode ocorrer falha na transmissão. "Agora, se me interessa ou não é questão que decido depois. Se interessar, tomo a iniciativa de ligar", explica Oscar. Outros assessores, para piorar a situação, pedem a suas secretárias que telefonem. Esse procedimento deixa a impressão de que o assessor é muito ocupado, enquanto o jornalista na redação dispõe de todo o tempo do mundo.
Para bloquear esses telefonemas irritantes, alguns jornalistas recorrem ao escudo de diligentes - embora nem sempre suficientemente bem informadas - secretárias, agravando os relacionamentos com as assessorias. Outros, como Thales Guaracy, preferem atender todas as ligações. Esse editor de Veja já ganhou um Prêmio Esso de Reportagem, em 1991, com a reportagem "Tortura na Base", sobre a prática de violências contra cadete numa base da Aeronáutica, elaborada a partir de sugestão dada num telefonema anônimo. "Por isso, faço questão de atender todo mundo. Se é algo que não interessa, desligo logo. Também vejo todos os releases, mesmo tendo acumulado, certa ocasião, um quilo e meio deles", explica.
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