Os segredos da boa pauta
Quando a pauta é boa, diz o chefe da Editoria Rio e ex-chefe do Segundo Caderno de O Globo, Sérgio Pugliese, a gente faz a matéria e o assessor nem precisa mandar fax com o release. Às vezes, em sua opinião, uma pauta depende da competência do assessor em "seduzir quem está na redação". E cita um caso: "O assessor de um restaurante do Rio ligava com freqüência tentando "vender" uma pauta, mas não apresentava nada que pudesse interessar. Depois de algum tempo o restaurante mudou de assessor e o novo ofereceu a pauta de um garçom que empilhava uma bandeja com cem pratos." Pugliese se queixa de fax escritos a mão, outros com "erros absurdos de português" e até releases sem data.
Os bons assessores enviam pautas com o enfoque da publicação, diz José Esmeraldo, editor da revista Caras no Rio de Janeiro e com experiência de mais de 15 anos de trabalho na Manchete e dois anos em O Globo. Já os assessores médios, acrescenta, "mandam o mesmo release, com o mesmo enfoque, para várias editorias e veículos". Emília Ferraz, chefe de reportagem do Departamento de Jornalismo da TV Educativa do Rio de Janeiro, também defende que o assessor apresente a sugestão de matéria "o mais pronta possível, de acordo com o que precisamos" e diz que "quem já trabalhou em televisão sabe identificar com mais facilidade as características específicas do veículo, de cada emissora e de cada programa". Em sua opinião, a maioria das assessorias não entende as necessidades específicas da TV: "É tudo na hora, rápido, com urgência. A gente começa a trabalhar muito cedo. Os repórteres já estão na rua às 7 horas da manhã. Às vezes, a gente fica parada, esperando até as 9, 10 ou mesmo 11 horas, o horário de início do expediente de algumas assessorias." Em finais de semana e feriados o problema é mais grave, e Emília sugere que as assessorias passem a usar o sistema de pager para que os jornalistas possam entrar em contato em casos de emergência.
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